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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO NA VISÃO DE CARL ROGERS

Calado,M.R.T *

O PROBLEMA DA EDUCAÇÃO NA VISÃO DE CARL ROGERS

RESUMO

O exposto artigo é produto de uma pesquisa bibliográfica que apresentou como pano de fundo a obra de Carl Rogers no campo da Abordagem Centrada na Pessoa concentrada à educação e que marcou por Aprendizagem Centrada no Aluno.
Pretende-se demonstrar a categórica importância da contribuição deste autor, da corrente humanista da Psicologia, para uma maior potência no processo de
aprendizagem, bem como para as Teorias Contemporâneas da Educação.

INTRODUÇÃO

A ação educacional nos dias de hoje, mais do que em qualquer outroperíodo, reveste-se de inúmeros desafios para todos aqueles abrangidos no método ensino-aprendizagem. Lecionar e aprender, estudar a estudar, aprender a ensinar são termos de ordem ecoados à exaustão por pedagogos e psicopedagogos que se debruçam a propósito dos pontos educativos com a finalidade de distinguir caminhos para o melhoramento da prática pedagógica em todos os graus de ensino.
Pretende-se neste trabalho demonstrar a determinante importância da contribuição de Carl Rogers, para uma maior força no processo de aprendizagem, bem como para as teorias contemporâneas da Educação. Deste modo, o objetivo principal será o de tentar formar uma ponte entre os princípios proferidos por ele, no campo da Abordagem Centrada para Educação e o processo de aprendizagem, partindo do pressuposto de que estes princípios regerão a uma inovação na relação pedagógica e, por conseguinte, do método de aprendizagem.

VIDA E OBRA

Para abranger a obra e o contributo de Carl Rogers (1942 p.28-30) no desenvolvimento do conhecimento da pessoa em geral e no aprofundamento da
psicologia e da psicoterapia em particular, é extraordinário inseri-lo na sua história, no seu caminho pessoal que o produz, quer ele o admita ou não, tendo em apreço a sua aversão aos conceitos de determinismo, enraizando-se no ponto de vista filosófico da corrente existencialista e da sua maneira de confiança na disposição do Humano em se tornar livre e definir a respeito de seu próprio futuro.
Carl Ransom Rogers surgiu em 08 de Janeiro de 1902 em Oak Park nos
arredores de Chicago. Vindo de uma família composta por quatro irmãos e uma irmã, sendo ele antepenúltimo. Morreu em La Jolla, na Califórnia, a 04 de Fevereiro de 1987 na subseqüência de uma fratura do colo do fêmur. De acordo com as instruções que admitira, as máquinas que traziam "artificialmente" a sua vida foram desprendidas após três dias de coma. (NUNES, 1998)Psicólogo norte-americano,Carl Rogers foi prenunciador no desenvolvimento de métodos científicos que apresentavam como fim o estudo da transformação nos métodos psicoterapêuticos, vindo a criar e a desenvolver um molde de intercessão que nomeou primeiramente por Terapia Centrada no Cliente.

TEORIA

A educação, conforme uma visão humanista precisaria juntar todo o sujeito,
ou seja, compreender neste procedimento a aprendizagem não só na forma cognitiva,mas, além disso, nos aspectos emocionais e de existenciais. Para Carl Rogers in Schultz,(2001 p.44) representante do humanismo, a política de educação precisa estar situada no aluno, que compartilhará ativamente das determinações norteadoras de sua aprendizagem. A teoria humanista analisa o homem como cerne de interesse, sendo o modelo do mundo. Este homem se distingue pela sua dignidade, personalidade, subjetividade e liberdade. A realidade é especial e individual, pois cada sujeito a compreende de acordo com o que sente. Rogers apud Misukami, (p. 45, 1986) sugeriu que a educação:

"Seria a idéia de espécies nas quais os alunos 
pudessem tornar-se pessoas de iniciativa, de
responsabilidade,de autodeterminação, de
discernimento, que tivesse conhecimento e consegui-se
aplicar-se para aprender as coisas que lhe terão serventia
para a solução de seus problemas, e que tais
conhecimentos os habilitassem a se amoldar com
flexibilidade às novas circunstâncias, aos novos
problemas, servindo-se do própria conhecimento, com
espírito livre e criativo”.

Está bem definido no discurso de Rogers in Milhollan e Forisha (1978.p.175-176) a sua aflição acerca do método adotado pelas escolas habituais onde suas normas são impostas de maneira vertical, ou seja, de cima para baixo, sendo o aluno entendido como um ser indiferente, neutro diante da tomada de decisão acerca de sua aprendizagem. As escolas aprontam seu currículo preocupado no que precisarão ensinar a seus alunos quando na verdade a proposta precisaria ser outra, ou seja, “a finalidade do sistema educacional, desde a escola maternal até a escola de pós-graduação, necessita derivar-se da natureza ativa perante a sociedade distinguida por transformação, não por tradição, por processo, não por rigidez estática”, seu objetivo “precisa ser o desenvolvimento de pessoas ‘inteiramente atuantes’. De fato, Rogers conjetura que o professor aponte o estudante às seus próprios experimentos, para que, a partir deles, o aluno se autodirija. Rogers indica a sensibilização, a afetividade e a motivação como fatores atuantes na edificação do conhecimento. Uma das opiniões mais importantes na obra de Rogers é a de que a pessoa é capaz de controlar seu próprio desenvolvimento e isso nenhuma pessoa pode praticar para ela.

CRÍTICA

Rogers (p.134, 1977) repreendeu a política de educação clássica, ao fazer do
professor o senhor do conhecimento e o aluno, recipiente. O professor é detentor do poder, regendo pelo comando a prática em sala de aula, mantendo a ordem e a disciplina por meio do amedrontamento dos alunos, que o obedecem.

“A aula, ou algum meio de educação verbal, é
a forma central de mostrar conhecimento no recipiente.
O exame analisa até onde o estudante o auferiu. Estes
são os elementos fundamentais deste tipo de ensino”.
(Rogers, p.134, 1977).


Rogers oferece um padrão educacional que se pode entender no mínimo
como inovador, pois o cerne dos seus conceitos é a pessoa do aluno, em afronte com um exemplo tradicionalista em que tudo é entorno da figura do professor. Pode-se analisar que o autor pratica uma verdadeira revolução copérnica no campo da educação.
Rogers (1986:28-30) determinou aprendizagem como sendo uma "insaciável
curiosidade" fundamental ao ser humano e que a sua essência é o significado que desta forma mostra que o foco está no procedimento e não no teor da aprendizagem. O professor precisa trazer em conta que os alunos estudam aquilo que para eles é expressivo. Por essa razão, a passividade muitas vezes vivida na sala de aula, produto e produtora de desinteresse, é um dos maiores oponentes de uma aprendizagem dinâmica.
Deste modo, e de acordo com o molde proposto por Rogers, é respeitável
que o professor tente descobrir o fio condutivo que guia o aluno, ou seja, ir ao encontro do que o aluno tenta abranger e, se imprescindível, reformular conhecimentos e o processo de ensiná-los. A finalidade primordial deste modelo é o de que o aluno desista da passividade e contraia um papel funcional, de intercessão no seu próprio método de aprendizagem, o que denota que a aprendizagem deixa de estar situada no professor, para passar a estar focada no aluno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O melhor jeito a seguir para tentar decidir aquelas dificuldades catalogado à
apatia e/ou indisciplina na escola. Conforme o próprio Rogers admite, é a mudança mais isso não é simples nem acelerado; no entanto, é imprescindível se quisermos continuar a viver. Além disso, é em Rogers que achamos o conceito de que o singular homem educado é o homem que aprendeu a aprender; o homem que aprendeu a adaptar-se e mudar, que compreende que qualquer conhecimento é garantido e que só o processo de procurar conhecimento dá algum baseamento para segurança.
A grande condenação à teoria de Rogers é feita pela utopia que ela alude,sua teoria é idealista, da corrente também chamada de fantasiosa, inviável para seus críticos. Entretanto, na obra rogeriana são claros os seguintes aspectos: a vontade de mudança, o intuito de realização de alguma coisa concreta e a preparação da opinião pública para as modificações possíveis.
A proposta de Carl Rogers, aqui focada, determinaria uma abordagem mais
extensa, dada a complicação do assunto; diferentes fatores motivam as atitudes de professores e alunos, principalmente, o contexto histórico e social em que habitam. Porém, foi possível achar, por meio deste breve estudo da teoria de Rogers aplicada à educação, alguns dados, que nos consente finalizar dizendo que o papel do professor é preponderante no processo de facilitação da aprendizagem, quando evidencia uma intensa inquietação com o aluno, imprimindo um caráter democrático a esta relação que, fundamentalmente, deve ser calcada na autenticidade.
O que é proposto por Rogers é uma transformação na postura, em que o professor não é “O mestre”, possuidor de todo o conhecimento desejado, cabendo a ele optar pelo que á de mais expressivo no teor para ser lecionado; mas sim um recurso, começando então a exercer um papel de facilitador da aprendizagem.

REFERÊNCIAS

MILLHOLLAN, F, Forisha, F. A. Skinner X Rogers: Maneiras contrastantes encarar a educação, 3o ed. São Paulo: Sumus editorial, 1978

MISUKAMI, Maria da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: E.P.U.,1986

NUNES, O. (1998): Psicoterapia de Tempo Limitado uma Perspectiva Centrada no Cliente. In A Pessoa Como Centro; revista de Estudos Rogerianos No.1
ROGERS, C. (1942). Counseling and Psychotherapy: Newer concepts in practice.
Boston: Houghton Mifflin. P.28-30

ROGERS, Carl R. A pessoa como centro. São Paulo: E.P.U, 1977.

ROGERS, Carl (1986), Liberdade de Aprender em Nossa Década, 2a. Edição, Porto Alegre, Artes Médicas.

SCHULTZ, D. P. e SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo:
Cultrix, 2001.

* graduada em Letras pela FFPG/UPE- 1983 – Especialista em Gestão Escolar pela FFPG/UPE - 1997
Aluna em Acesso ao Mestrado em Inovação Pedagógica pela Universidade da Madeira – UMa - Funchal - Portugal.
Analista em Gestão Educacional – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - SECTMA – PE – Brasil.
Email: mrosanetc@gmail.com.





Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom mesmo a teoria rogeriana...é td que estamos precisando na educação!!!