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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Resenha Crítica do Livro de Sousa, J. M. (2000). O Professor como pessoa. Porto: Asa Editores II SA.


 Calado,M.R.T Recife /PE 2010*

O PROFESSOR COMO PESSOA.
A dimensão pessoal na formação de professores
Todos necessitam de exímios professores, ótimos técnicos de ensino, dotados de cultura e conhecimento das atividades realizadas, assim como o propósito da mesma. No entanto, ao almejar profissionais competentes, são almejadas também pessoas psicologicamente fortes, amadurecidas e realizadas, com o psicológico devidamente equilibrado.
A obra consiste no relato de uma experiência de investigação voltada para a valorização do indivíduo na formação de professores, abrindo questionamentos cabíveis ao investigador de uma área tão sensível e complexa como a das ciências sociais e humanas.
Toda a população, independente de sua etnia, modo de governo, condições, enfim, qualquer cidadão, necessitam de bons profissionais de ensino, cultos e conhecedores daquilo que fazem e dos motivos que o levaram à esta tão sábia profissão.
No entanto, vale ressaltar que para alcançarmos o profissionalismo de forma competente, é necessário que nos tornemos pessoas controladas psicologicamente, principalmente no que condiz com força, amadurecimento e realização.(Sousa ,2000)
A obra nos demonstra, desde seu início, uma importante experiência de investigação com a finalidade da valorização humana durante a formação de professores, ao mesmo passo, onde são levantadas algumas questões de cunho social e humano.
Não podemos deixar de evidenciar, principalmente, que a autora nos transmite a ligação entre o caminho intuitivo e hipotético-dedutivo do livro, onde nota-se que se vale a partir de sua carreira.
Além dos aspectos psicológicos, a autora enfatiza a necessidade de o professor acrescer cada vez mais seus conhecimentos, visto que nos dias de hoje os graus de licenciatura e determinados cursos da área são exigidos, ao invés dos cursos técnicos de antigamente.
A obra tende a nos explanar sobre a sua afetividade para a investigação, partindo-se do plano existencial, temático e institucional.  Podemos compreender simplesmente ao observar que diante da complexidade existe o desvelamento do investigador.
É transmitida a impressão de que a natureza do objeto que a direciona para a relativização e complexidade, acarretando o conhecimento do local e do singular, sem perder a visão evolutiva e sistêmica.
Diante das diferenças sociais e históricas de regiões ou locais distintos, a obra tem a capacidade de nos demonstrar as características responsáveis pela dimensão pessoal, ou seja, os aspectos na qual os professores devem se envolver.
Através de uma leitura personalizada, notavelmente contemplativa e com capacidade para interpretar o objeto, a autora demonstra a conquista da dimensão pessoal, assim como a realidade de formadores e alunos mestres de cursos de formação de professores.
É notória e concordante, a necessidade que a autora precisou para compor as teorias não tão evidentes dos intervenientes da formação. Percebe-se, então, o confronto dos formadores, naquilo que condiz com a representação dos alunos-mestres e alunos-crianças, analisando-os, desmontado-os, codificando-as, ou mesmo excluindo este código.
É de grande valia, que a autora extrai princípios que orientam uma nova prática para a formação de professores, minuciosamente discutidos em sub divisões de capítulos, alguns referenciais teóricos.
Interagindo a teoria juntamente com a prática, o livro nos demonstra que a autora conclui que o professor pode utilizar como alicerce três vertentes distintas:
1-      desenvolvimento global;
2-      cognitização;
3-      equilíbrio entre a preservação de si  e a necessidade de relação.
As duas principais categorias para a dimensão pessoal, dividem-se em conceito positivista de si e do outro, sendo que isto tende a refletir o valor real da cognitização auxilia no desenvolvimento da pessoa.
Diante deste desenvolvimento consistente em conscientização e motivação, para a reorganização da estrutura e de pensamentos, a autora denota um outro significado com relação às suas experiências já vivenciadas. Com isto, entende-se como caracterizadas três etapas percorridas pelo professor, diante da percepção como pessoa, divididas em:
- Realização, autonomia e inovação (relacionadas com a consciência de si).
- Dedicação, respeito pela autonomia do outro e empatia (relacionados com a percepção do outro, ou seja, outro aluno, colega, educador ou encarregado de educação).
Através da leitura mais aprofundada, de modo a contemplar e interpretar seu conteúdo, é possível conquistar e construir a dimensão pessoal da realidade constituída por professores e alunos mestres. É possível, então, perceber a notoriedade do conceito da dimensão pessoal dos envolvidos na área.
Mesmo com a riqueza das contribuições da pesquisa na área de atuação, não passou despercebido o enquadramento legal da situação, tampouco de estudos científicos, nos quais foram levados ao fim e à cabo, de modo sério e rigoroso, diante das esferas psicológicas humanistas, cognitivistas, além de interação e desenvolvimento.
Tornou-se então, extremamente necessária a extração de certos princípios facilitadores para a orientação a uma inovadora prática de formação de professores, a partir da discussão teórica já encontrada nos primeiros capítulos.
As teorias implícitas não conscientizadas de cada um dos intervenientes na formação são compreendidas como de suma importância para a tradução do conceito de dimensão pessoal.
Não seria possível o consenso a respeito do consenso, se não houvesse o confronto entre os formadores, com relação à representação mental, assim como a equação relativa com as representações dos alunos-mestres ou dos alunos-crianças das escolas analisadas. É notório que não seria obtido um resultado consistente sem a devida análise, desmembramento, codificação ou mesmo a descodificação das questões em análise.
Mesmo com toda a relevância das informações, diante do objeto analisado, foi de muita valia o enquadramento legal da situação. Tornou-se necessária a extração de certos princípios norteadores de uma inovada prática para a constituição de professores, após a discussão de referências teóricas desenvolvidas nos sub-capítulos, desde à negatividade do indivíduo do caixa negra, passando por pessoa como totalidade organizada, pessoa construtivista, pessoa em situação, pessoa do terreno, até o momento de chegar à pessoa humana.
Com relação à interação entre aspectos teóricos e práticos, chega-se então ao modelo teórico de desenvolvimento pessoal do professor que se atenua de modo fundamental entre três alicerces, que é o da cognitização, equilíbrio entre a preservação de si, além do equilíbrio entre a preservação de si e a necessidade de se relacionar. É óbvio que este ponto foi fundamental para a compreensão de tal desenvolvimento.
As duas notáveis categorias refletem o peso que a cognitização possui para o desenvolvimento pessoal do professor.
Diante de tal desenvolvimento efetivado de forma conscientizada e motivada, findada como uma reorganização do campo das estruturas e esquemas de pensamento é o que faz atribuir um novo significado para as experiências vivenciadas pelo indivíduo em questão, diante do pressuposto de 3 etapas percorridas pelo professor diante das três categorias, divididas em realização, autonomia e realização, naquilo que condiz com a consciência em si, dedicação, respeito pela autonomia de outrem e empatia. Esses aspectos no caso demonstram a relativa percepção do outro, seja outro aluno, colega, formador ou encarregado de educação.
Como aspecto relevante também, há de considerarmos de construção da teoria jamais se desligou da formação de formadores, tampouco do processo de verificação e prova, levando em consideração todo o detalhamento da teoria proposta.
Por fim, a leitura nos transmite a importância e a relevância com relação à  formação de professores. Ao passo que um indivíduo receba a incumbência de educar outrem, é de grande valia que este possua uma força psicológica e um equilíbrio emocional intenso, além de possuir um espírito exímio de pesquisa e novos conhecimentos.
Informações sobre a autora
Jesus Maria Sousa¹ é Doutora pelo Centre d’Etudes ET de Recherche em Sciences de l’Éducation (CERSE), da Universidade de Caen, e Mestre em Educação, na área de Análise e Organização do Ensino, pela Universidade do Minho. Com largos anos de experiência na formação de professores, como Orientadora de Estágio e Orientadora Pedagógica, é atualmente Presidente do Departamento de Ciências da Educação da Universidade da Madeira.
É Avaliadora Externa do curso de Educação da Universidade de Limerick. Faz parte do Reseach and Development Centre 19 da association of Teacher Education  in europe (ATEE), trabalhando sobre “Pespectives on Curriculum in Teacher Education”, e é membro do bureau Provisoire para o lançamento da Société Europénne de Recherche em Ethnographie de l’Éducation, com sede em Lecce, Itália(...)Do Livro de: Jesus Sousa.

Referências da Resenhista
*Márcia Rosane Tenório Calado é Aluna em Ciências da Educação - Inovação Pedagógica, Especialista em Gestão Escolar. É Atualmente Professora da Rede Estadual de Educação de Pernambuco – Secretaria de Pernambuco – SE/PE na função de Professora Multiplicadora de Laboratório de Informática Educativa e Analista, em Gestão Educacional na Equipe Pedagógica da Gerência de Inclusão Digital - PE pela Secretaria de Ciência e Tecnologia.(SECTEC - PE).
















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