Calado,M.R.T Recife /PE 2010*
O
PROFESSOR COMO PESSOA.
A
dimensão pessoal na formação de professores
Todos necessitam
de exímios professores, ótimos técnicos de ensino, dotados de cultura e
conhecimento das atividades realizadas, assim como o propósito da mesma. No
entanto, ao almejar profissionais competentes, são almejadas também pessoas
psicologicamente fortes, amadurecidas e realizadas, com o psicológico
devidamente equilibrado.
A obra consiste
no relato de uma experiência de investigação voltada para a valorização do
indivíduo na formação de professores, abrindo questionamentos cabíveis ao
investigador de uma área tão sensível e complexa como a das ciências sociais e
humanas.
Toda a
população, independente de sua etnia, modo de governo, condições, enfim,
qualquer cidadão, necessitam de bons profissionais de ensino, cultos e
conhecedores daquilo que fazem e dos motivos que o levaram à esta tão sábia
profissão.
No entanto, vale
ressaltar que para alcançarmos o profissionalismo de forma competente, é
necessário que nos tornemos pessoas controladas psicologicamente,
principalmente no que condiz com força, amadurecimento e realização.(Sousa ,2000)
A obra nos
demonstra, desde seu início, uma importante experiência de investigação com a
finalidade da valorização humana durante a formação de professores, ao mesmo
passo, onde são levantadas algumas questões de cunho social e humano.
Não podemos
deixar de evidenciar, principalmente, que a autora nos transmite a ligação
entre o caminho intuitivo e hipotético-dedutivo do livro, onde nota-se que se
vale a partir de sua carreira.
Além dos
aspectos psicológicos, a autora enfatiza a necessidade de o professor acrescer
cada vez mais seus conhecimentos, visto que nos dias de hoje os graus de
licenciatura e determinados cursos da área são exigidos, ao invés dos cursos
técnicos de antigamente.
A obra tende a
nos explanar sobre a sua afetividade para a investigação, partindo-se do plano
existencial, temático e institucional.
Podemos compreender simplesmente ao observar que diante da complexidade
existe o desvelamento do investigador.
É transmitida a
impressão de que a natureza do objeto que a direciona para a relativização e
complexidade, acarretando o conhecimento do local e do singular, sem perder a
visão evolutiva e sistêmica.
Diante das
diferenças sociais e históricas de regiões ou locais distintos, a obra tem a
capacidade de nos demonstrar as características responsáveis pela dimensão
pessoal, ou seja, os aspectos na qual os professores devem se envolver.
Através de uma
leitura personalizada, notavelmente contemplativa e com capacidade para
interpretar o objeto, a autora demonstra a conquista da dimensão pessoal, assim
como a realidade de formadores e alunos mestres de cursos de formação de
professores.
É notória e
concordante, a necessidade que a autora precisou para compor as teorias não tão
evidentes dos intervenientes da formação. Percebe-se, então, o confronto dos
formadores, naquilo que condiz com a representação dos alunos-mestres e
alunos-crianças, analisando-os, desmontado-os, codificando-as, ou mesmo
excluindo este código.
É de grande
valia, que a autora extrai princípios que orientam uma nova prática para a
formação de professores, minuciosamente discutidos em sub divisões de
capítulos, alguns referenciais teóricos.
Interagindo a
teoria juntamente com a prática, o livro nos demonstra que a autora conclui que
o professor pode utilizar como alicerce três vertentes distintas:
1- desenvolvimento
global;
2- cognitização;
3- equilíbrio
entre a preservação de si e a necessidade de
relação.
As duas
principais categorias para a dimensão pessoal, dividem-se em conceito
positivista de si e do outro, sendo que isto tende a refletir o valor real da
cognitização auxilia no desenvolvimento da pessoa.
Diante deste
desenvolvimento consistente em conscientização e motivação, para a
reorganização da estrutura e de pensamentos, a autora denota um outro
significado com relação às suas experiências já vivenciadas. Com isto,
entende-se como caracterizadas três etapas percorridas pelo professor, diante da
percepção como pessoa, divididas em:
- Realização,
autonomia e inovação (relacionadas com a consciência de si).
- Dedicação,
respeito pela autonomia do outro e empatia (relacionados com a percepção do
outro, ou seja, outro aluno, colega, educador ou encarregado de educação).
Através da
leitura mais aprofundada, de modo a contemplar e interpretar seu conteúdo, é
possível conquistar e construir a dimensão pessoal da realidade constituída por
professores e alunos mestres. É possível, então, perceber a notoriedade do
conceito da dimensão pessoal dos envolvidos na área.
Mesmo com a
riqueza das contribuições da pesquisa na área de atuação, não passou
despercebido o enquadramento legal da situação, tampouco de estudos
científicos, nos quais foram levados ao fim e à cabo, de modo sério e rigoroso,
diante das esferas psicológicas humanistas, cognitivistas, além de interação e
desenvolvimento.
Tornou-se então,
extremamente necessária a extração de certos princípios facilitadores para a
orientação a uma inovadora prática de formação de professores, a partir da
discussão teórica já encontrada nos primeiros capítulos.
As teorias
implícitas não conscientizadas de cada um dos intervenientes na formação são
compreendidas como de suma importância para a tradução do conceito de dimensão
pessoal.
Não seria
possível o consenso a respeito do consenso, se não houvesse o confronto entre
os formadores, com relação à representação mental, assim como a equação
relativa com as representações dos alunos-mestres ou dos alunos-crianças das
escolas analisadas. É notório que não seria obtido um resultado consistente sem
a devida análise, desmembramento, codificação ou mesmo a descodificação das
questões em análise.
Mesmo com toda a
relevância das informações, diante do objeto analisado, foi de muita valia o
enquadramento legal da situação. Tornou-se necessária a extração de certos
princípios norteadores de uma inovada prática para a constituição de
professores, após a discussão de referências teóricas desenvolvidas nos
sub-capítulos, desde à negatividade do indivíduo do caixa negra, passando por
pessoa como totalidade organizada, pessoa construtivista, pessoa em situação,
pessoa do terreno, até o momento de chegar à pessoa humana.
Com relação à
interação entre aspectos teóricos e práticos, chega-se então ao modelo teórico
de desenvolvimento pessoal do professor que se atenua de modo fundamental entre
três alicerces, que é o da cognitização, equilíbrio entre a preservação de si,
além do equilíbrio entre a preservação de si e a necessidade de se relacionar.
É óbvio que este ponto foi fundamental para a compreensão de tal
desenvolvimento.
As duas notáveis
categorias refletem o peso que a cognitização possui para o desenvolvimento
pessoal do professor.
Diante de tal
desenvolvimento efetivado de forma conscientizada e motivada, findada como uma
reorganização do campo das estruturas e esquemas de pensamento é o que faz
atribuir um novo significado para as experiências vivenciadas pelo indivíduo em
questão, diante do pressuposto de 3 etapas percorridas pelo professor diante
das três categorias, divididas em realização, autonomia e realização, naquilo
que condiz com a consciência em si, dedicação, respeito pela autonomia de
outrem e empatia. Esses aspectos no caso demonstram a relativa percepção do
outro, seja outro aluno, colega, formador ou encarregado de educação.
Como aspecto
relevante também, há de considerarmos de construção da teoria jamais se
desligou da formação de formadores, tampouco do processo de verificação e
prova, levando em consideração todo o detalhamento da teoria proposta.
Por fim, a
leitura nos transmite a importância e a relevância com relação à formação
de professores. Ao passo que um indivíduo receba a incumbência de educar
outrem, é de grande valia que este possua uma força psicológica e um equilíbrio
emocional intenso, além de possuir um espírito exímio de pesquisa e novos
conhecimentos.
Informações sobre a autora
Jesus Maria Sousa¹ é
Doutora pelo Centre d’Etudes ET de Recherche em Sciences de l’Éducation
(CERSE), da Universidade de Caen, e Mestre em Educação, na área de Análise e
Organização do Ensino, pela Universidade do Minho. Com largos anos de
experiência na formação de professores, como Orientadora de Estágio e
Orientadora Pedagógica, é atualmente Presidente do Departamento de Ciências da Educação
da Universidade da Madeira.
É
Avaliadora Externa do curso de Educação da Universidade de Limerick. Faz parte
do Reseach and Development Centre 19 da association of Teacher Education in europe (ATEE), trabalhando sobre
“Pespectives on Curriculum in Teacher Education”, e é membro do bureau
Provisoire para o lançamento da Société Europénne de Recherche em Ethnographie
de l’Éducation, com sede em Lecce, Itália(...)Do Livro de: Jesus Sousa.
Referências da Resenhista
*Márcia Rosane Tenório Calado
é Aluna em Ciências da Educação - Inovação Pedagógica, Especialista em Gestão
Escolar. É Atualmente Professora da Rede Estadual de Educação de Pernambuco – Secretaria
de Pernambuco – SE/PE na função de Professora Multiplicadora de Laboratório de
Informática Educativa e Analista, em Gestão Educacional na Equipe Pedagógica da Gerência de Inclusão Digital - PE pela Secretaria de Ciência e Tecnologia.(SECTEC - PE).
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